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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Potim: A cidade em que os cidadãos não tem onde cair mortos

Minha terra tem muitas palmeiras, mas nunca ouvi o canto de um sabiá. Embora toda essa circunstância de uma coisa eu me orgulho: pelo menos tem cemitérios. Nesta segunda (8/11) ao assistir um programa de televisão pude conhecer um pouco de uma cidade do interior de São Paulo, onde nem os vivos e nem os mortos estão em paz. 
Potim é um município brasileiro do estado de São Paulo, na microrregião de Guaratinguetá. Localiza-se a uma latitude 22º50'34" sul e a uma longitude 45º15'05"oeste, estando a uma altitude de 535 metros. Sua população estimada em 2009 era de 20.668 habitantes. O povoamento desenvolveu-se lentamente. Tounou-se uma vila de pescadores e de trabalhadores rurais. Na época da independência do Brasil, o bairro foi o maior produtor de café de Guaratinguetá. No dia 30/12/1991, o Governador do estado de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho, sancionou a Lei n.º 7664/91, que oficializou legalmente a emancipação do antigo Distrito de Potim do Município de Guaratinguetá. Possui uma área de 44,788 km². A densidade demográfica é de 347,93 hab/km². Mesmo com todos esses dados, o mais curioso dessa cidadezinha é o fato de NÃO POSSUIR CEMITÉRIO!
Prefeitura de Potim: "O Progresso Começa Agora!"
Tem onde rezar, orar, não tem onde enterrar.
Todos nós aprendemos desde pequenos que todos os dias nascem e morrem pessoas. Agora como é possivel viver em uma cidade onde não se tem um lugar para colocar os vários mortos? A solução é fazer o enterro em cemitérios dos municípios vizinhos, como  Aparecida a sudeste, Roseira a sul que, diga-se de passagem, já estão LOTADOS.  Um homem perdeu um ente querido e até o momento do velório não tinha o lugar para sepultar seu parente. Foi então que um amigo o ajudou levando o corpo para a cidade vizinha. Resultado, nem os vivos e nem os mortos se livram desse tipo de constrangimento. Outro fato curioso é que logo no inicio da construção do cemitério de Potim, as funerárias ja começavam a oferecer seus serviços póstumos. Normal, mas a tal construção parou e o povo que ja pagou pelo seu terreno ficou no prejuizo, e a prefeitura mas uma vez não fez nada. Falando em prefeitura, é interessante focarmos-nos nas singelas palavras do atual prefeito, Benito (não o Mussolini gente!), em que ele diz para nós falarmos da vida apenas e não na morte. Falar dos projetos relacionados a vida. A falta de cemitérios leva as pessoas a cuidarem mais de sua saúde (como se alguem pudesse mandar na morte). Outra coisa que se pode tirar de suas palavras é que ele não liga para a cidade vizinha, pois afirma que, se uma pessoa morrer, por enquanto tem que se pedir emprestado a "terra do vizinho".  E o povão, em pleno dia de finados não tem como visitar seus parentes mortos, o que é uma tradição no Brasil. O engraçado é que lugar tem em Potim, só falta a estrutura que, segundo Benito, o recurso foi pedido na gestão passada (ninguem sabe para onde foi parar os 200 mil reais), mas que até o final de seu mandado os potinenses ja terão onde cair mortos. Tipo, o melhor por enquanto é NÃO MORRER!
O prefeito esta sempre sorridente, feliz feliz, alegre alegre... Cuidado Benito, pois a sua hora vai chegar. Espero que até lá, você ja possa ser enterrado aí em Potim. Mas se o senhor não procurar fazer nada, nem o vizinho vai querer lhe "emprestar sua terra". Falam tanto de São Luís... Pelo menos aqui nós podemos descansar em paz.

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