A famosa escola filosófica de Frankfurt já falara sobre a existência de uma "indústria cultural", a qual seria mais uma serviçal do capitalismo. Traduzo essa tal indústria como as mais variadas formas de demonstrar o mundo, logicamente sendo usada pela classe dominante para transmitir suas ideologias. Embora não englobe as revistas, jornais e a televisão (contextos históricos diferentes) mas o uso dessas tecnologias para o controle dos dominados é um exemplo que pode estar nesse conceito filosófico. Se analisarmos bem essa questão veremos a sua veracidade. Focando-se apenas na TV, conseguimos encontrar uma espécie de estilo de vida que a mídia quer nos estabelecer, na verdade mais contribuições para a construção de um pensamento coletivo, e o pior é que a própria sociedade aceita isso de uma forma muito "normal e pacífica".
Nada melhor que acordar as oito horas, tomar um banho, fazer a primeira refeição do dia e ligar aquela linda caixa possuidora de um tubo de eletrons de 14 polegadas (ou quem sabe até 60). A programação é muito variada, indo das noticias do dia aos reality shows com seus ate bocas. O humor também é muito explorado, e as novelas, muito chocantes. No fim do dia, assistir um programinha e dormir. É essa a vida que muitas pessoas levam, e nesse público, crianças e adolescentes. Os jovens que vivem para a TV, não costumam realizar outras atividades importantes até para suas vidas acadêmicas, como a leitura, entre outras. É certo que a internet está para muitos hoje, e acaba substituindo um pouco do tempo do indivíduo. Mas a influencia do fulano tubo de elétrons é muita e você acaba por ligá-lo ao menos para dar aquela "espiadinha" de alguns minutos (mais de 100). Isso não acontece com só algumas milhões de pessoas, mas com boa parte dos 6 bi de terráqueos, que passam esse estilo de vida para seus filhos e esses para seus netos e assim vai. Assistir televisão e querer viver do jeito que é mostrado em suas programações é a coisa mais normal que acontece hoje. Exemplo disso são as variadas grifes lançadas por celebridades, acessórios, grandes empresas que usam a influência carismática de alguns artistas para vender seu produto... E adivinhem o melhor veículo para divulgação de toda essa doidice: a Televisão.
É muito comum observarmos crianças usando brincos, agindo de maneira excêntrica, respondendo aos pais. É erro de quem? Sim, os pais tem culpa, mais muita coisa também é absorvida da programação assistida pelo pequeno indivíduo, pois uma das coisas mais transmitidas pela mídia é a existência de uma sociedade meio que perfeita, em que filhos se comportam da maneira que querem, fazem o que desejam, não são punidos e ainda ganham todo natal uma loja inteira de brinquedos e demais presentes. As crianças são fracas em relação ao pensamento, portanto não costumam discernir o que assistem da realidade. A solução seria impedi-la de ver televisão? Não, e sim mudar toda a estrutura de organizadores dos tais programas. As classificações não adiantam de nada, aí ocorre a transferência de culpa da emissora para os pais, mas esse assunto pode ser desenvolvido melhor em um outro momento (prometo!). Outra situação é o imediatismo existente em novelas, seriados. Os indivíduos mal se olham e, ainda no mesmo capítulo, ja vão para a cama. Os atores ainda são muito novos, ma já trocam beijos na boca; mesmo sendo alguns selinhos, mas já é um incentivo ao inicio precoce aos relacionamentos e com esses a sexualidade. Isso talvez explique o por que de muitos casais imaturos. O que também se pode observar no cotidiano é a questão da fala, do modo de se vestir. A mídia passa a sociedade um determinado conceito de BELO, e embora esse seja subjetivo, mas acaba sendo anexado à vida de alguns como objetivo, ou seja, é assim e pronto. É por isso que se tem meninas anorexas (mulher boa é mulher magra), homens bombados (malhar malhar, aplicar para poder conquistar). Jovens usando um cabelinho liso de "manga chupada", óculos coloridos, ouvindo musicas meio happy, tudo é passado pela TV.
Émile Durkheim já previa isso quando escreveu sobre os fatos sociais, sendo esses impostos para nós de forma exterior e superior. Tentar fazer tudo o que se vê na televisão já é algo impregnado aos nossos costumes, e nada podemos fazer contra isso. TV é bom? É lógico, mas deve haver esse discernimento entre o real e o virtual. Quanto aos bordões, eles são uma das principais formas de se ver a influência da televisão no cotidiano. É gente, não é brinquedo não! Viver sem imitar a vida televisiva, isso não nos pertence mais!
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